O Aho Festival que acontece no fim deste ano em Ilha
Comprida é mais do que um festival de música, arte, ecologia e cultura alternativa,
é também uma importante fusão de artistas e sincronia de realizações. Vários
grupos trabalharão juntos para criar um espaço mágico, lúdico e confortável,
Nena Alava que foi diretora artística e produtora do Boom Festival durante 10
anos, traz algumas estruturas, idéias e integra um dos times que vai ajudar criar
essa realidade.
D. Paiva – Nena como você vê essa fusão de artistas?
Nena A. – Eu sinto que
a humanidade está vivendo um momento onde o individualismo está em conflito, há
uma urgência de mudança. Para muitos é fato que essa mudança já começou, e não
basta dizer que somos todos um, é preciso viver e realizar essa nova forma de
interação. Vivendo a experiência comunitária é que somos capazes de ativar a
inteligência coletiva e tornar essa mudança real em nossas vidas cotidianas. O Aho Festival vai ser uma experiência linda!
D. Paiva - Você pode falar um pouco de algumas das
estruturas que serão montadas no Aho Festival?
Nena A. – No Boom 2008
o arquiteto alemão Martin Pietsch, desenhou várias estruturas e entre elas uma
sempre nos fazia recordar do Brasil, pois se chamava Anaconda.
A montagem em Portugal
foi feita pelo cenógrafo e bioconstrutor Marco de Nardo (Lelo) e ele vai ser o
responsável por ela também no Aho. Trata-se de uma estrutura simples, bonita e
eficiente, que não só vai servir para sombra na orla, mas serve de exemplo de
construção que todas as pessoas podem aprender e replicar.
D. Paiva – O que você quer dizer com aprender e replicar?
Nena A. – Eu dou aula
de construção de cúpulas geodésicas e outras estruturas baseadas em poliedros,
acredito que o homem atual pode resgatar a arquitetura ancestral e evoluir
aliando materiais e técnicas modernas à arquitetura vernacular.